Por Guido Pinto Teles – “O Cronista da Bola”
Chega a última chamada. A Temporada 8 do E-Manager Classic é o capítulo derradeiro de uma saga que cruzou gerações de craques, managers e filosofias de jogo. Os títulos desta época já serão históricos por si só, mas o que está em disputa é ainda maior: a glória de encerrar no topo do Ranking, a eternidade gravada na memória da competição.
Depois de uma pré-temporada desanimadora, os londrinos trocaram tudo: Ancelotti, Kaká e o promissor Bale saíram, e até o manager decidiu tirar férias nos Estados Unidos. O resultado é um “Arsenal” de escolhas de draft que faz do clube um dos grandes favoritos para a Temporada 8, correndo por fora na luta pelo Ranking. Um plano ousado.
Comandado por Guardiola, o Liverpool foi destaque da última temporada e após coroá-la com uma vitória soberana na Copa, chega embalado. O veterano Ronaldo se despede em grande, mas outras estrelas, como De Bruyne, podem ser mantidas para formar uma base forte. Os Reds surgem como candidatos sérios à liderança final do Ranking.
O City entrou sob desconfiança, mas o trabalho de seu manager, laureado com a Prancheta de Ouro, mudou o cenário. Liderados por Klopp, que deve ser mantido no cargo, a equipe se mostrou competitiva, firme e repleta de moral. No entanto, ainda que com margem de crescimento, os Citizens viram o top-3 do Ranking se tornar distante e almejam uma honrosa 5ª colocação geral.
Os erros na pré-temporada e uma escolha contestada de treinador quase custaram tudo, mas o United renasceu e chegou à final da Liga – a primeira equipe 5ª colocada na 1ª fase a conseguir o feito. A dívida acumulada limita os movimentos, mas com possibilidade de renovação de Courtois e Suarez e o histórico recente, subestimar os Red Devils pode ser um erro fatal.
Sem grandes nomes, o Atleti apostou no draft da Temporada 8 e chega como favorito aos títulos. O clube conseguiu a primeira escolha geral e poderá manter Busquets, obtido via trade. Após o all-in falhado na Temporada 6, agora será a última bala da cartucheira: ou ergue taças ou fechará o ciclo sem glórias. A pressão é colossal.
Entre a glória e o escândalo, o título da Liga enfim veio para Barcelona. Fruto de um mercado sagaz e trades certeiros, a equipe alcançou o sucesso, mas o preço foi alto e a temporada final promete ser dura. Paira ainda a sombra do Watergate, polêmica que pode afetar a tranquilidade do trabalho de Simeone e a manutenção das estrelas Kroos e Lewandowski.
O Real montou um plantel confiável e obteve o seu melhor desempenho em uma temporada, mas ficou sem taças novamente. O cenário não anima para a temporada e a esperança reside em escapar das últimas posições e encerrar dignamente no Ranking. Van Dijk deve ser mantido no comando da defesa, enquanto o treinador Deschamps segue com a desconfiança da torcida.
Da glória à divisão, depois da tríplice coroa do Sevilla na temporada anterior, a relação entre Mourinho e a diretoria estalou. Após a eliminação da Liga, fruto de um polêmico pênalti, o treinador anunciou sua saída criticando a cobrança injusta da massa adepta. Ainda assim, a boa posição no draft pode recolocar os andaluzes no topo e até dar-lhes o Ranking.
A sorte do draft trouxe Messi e a direção da Inter não mediu esforços para dar-lhe uma equipa competitiva. No entanto, a prioridade dada à Copa custou caro na Liga e o sucesso foi aquém do esperado. Sem ativos para o futuro, os Nerazzurri chegam à temporada obrigados a superar todas as expectativas para se segurarem na metade superior do Ranking.
Mais uma a apostar na renovação, a Juve montará um plantel do zero para a última temporada. As trocas não foram brilhantes como em outros momentos, mas há espaço para surpresa. Sem treinador e estrelas a renovar, a Velha Senhora dessa vez será nova por completo. O objetivo? Um lugar no top-5 e um fecho digno de sua campanha.
Com a temporada anterior sem brilho, o Milan chega enfraquecido para a reta final. A torcida reclama, sobretudo pela incomum ausência de movimentos de seu manager, mas há talento no plantel para evitar o último lugar no Ranking. Quando se fala de Milan, nada pode ser dado como certo, mas Neymar deve ser mantido no que pode ser o último gesto de orgulho rossonero.
No topo do Ranking, mas ainda pagando o preço dos trades anteriores, a Roma enfrenta um futuro desafiador. Van Gaal aposentou-se e a diretoria busca um novo comandante para o último ato. A vantagem é mínima e a líder segue sitiada por cada vez mais adversários, mas o alento pode ser um caminho menos turbulento do que os rivais na Copa. Difícil? Sim. Duvidar? Jamais.
O desfecho do E-Manager Classic decide-se agora. É a luta final entre memória, estratégia e talento. Alguns clubes correm pela eternidade; outros apenas pela honra. Mas em todos, o peso da camisola e da história estará em campo. E eu repito, como sempre dizia o mestre Simão: “O passado não assiste ao jogo — ele joga sempre.”
